Fotos: Arquivo Pessoal
Nascida em Santa Maria, Paulina Cabral,77 anos, tinha muitos amigos na cidade. Entre eles, Odete de Cristo Lencina, já falecida, fundadora do Lar de Miriam. Assim que abriu as portas do espaço de acolhimento para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, Odete chamou Paulina para trabalhar com ela. As duas eram muito ligadas e, quando Odete adoeceu, foi Paulina quem cuidou dela. Quando a amiga morreu, coube a Paulina a missão assumir o papel de mãe para o filho de Odete, Carlos Orion Lencina, hoje com 63 anos. A idosa também era mãe de Cezar, 45 anos, e Carmen, 37, e tinha 10 netos, com quem adorava conversar e brincar.
- Ela era muito guerreira, estava sempre ajudando as pessoas. A vida dela foi dedicada ao voluntariado - conta Carlos.
Paulina trabalhou no Lar de Miriam de 1973 a 1984. Ela cuidava das crianças, ajudava na cozinha e no que mais fosse preciso. Muito querida pelos internos e pelos colegas, a idosa estava sempre rodeada pela criançada. Paulina também trabalhou como voluntária no Inter-SM, onde ajudava os jogadores e a diretoria.
Em Santa Maria, a idosa sempre morou na Avenida Dois de Novembro, no Bairro Patronato. Amiga de todos na vizinhança,ela recebia muitas visitas. Amiga de longa data de Paulina, Neli Tereza Fogliarini Monego, 77, considerava a idosa como uma irmã.
- Ela era minha melhor amiga, contávamos tudo uma para a outra. Logo que eu vim morar perto da casa dela, a Paulina me acolheu muito bem. Sinto muito a perda dela. Às vezes, para nos distrairmos, íamos jogar baralho e passar o tempo juntas - emociona-se Neli.
Ainda em sua vida de voluntária, Paulina ministrava aulas de tricô e crochê para a terceira idade na Igreja Santa Rita. Além disso, ela ajudou na fundação da Escola Municipal de Educação Infantil Nosso Lar e percorreu paróquias, templos, igrejas e instituições religiosas para ajudar a quem precisasse. Paulina frequentava um centro espírita, e o filho Carlos tem a certeza de que a mãe está bem encaminhada no plano espiritual.
- Ela deixa um legado de muito carinho, amizade, honestidade, de buscar por nossos objetivos e ter bom relacionamento com as pessoas. Ela nos deixa um grande vazio e saudades - diz Carlos.
Paulina se sentiu mal e foi ao Pronto-Atendimento Municipal, no Bairro Patronato, para um atendimento, na manhã de 3 de fevereiro. Ela morreu na tarde do mesmo dia e foi sepultada no dia seguinte, às 17h, no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria. A família preferiu não divulgar as causas do falecimento
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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122